Ainda que seja um grão no deserto o poema é meu lugar onde tudo arrisco. Irriga minhas veias como a chuva à terra em suas mil línguas. Antigo, bem antigo, me anuncia no vale, me consuma real, viajante cativo da solidão solidária. Sem esse jeito de ser flor e vento, sonho e música, uma coisa só amor, não há o espanto, a lágrima, o beijo, o riso, o epitáfio, não há o sentido. Cyro de Mattos