O preço da beleza, nestas ruínas amorosamente reerguidas, é sem preço. O calcário em pedra solta e firmes angulares, a talha rasando rente e os volumes que como harmónio em volta um só concerto tangem. E a rocha em frente à pedra impõem a pequenez, enorme nessa rota que faz a baía tecer de azul fremente o belo impoluto na mais pura nota. Até os pássaros no vinhedo prestam o tributo debicando os bagos, e o majestoso pinheiro no silêncio ergue seu hino. Lazareto outrora, hoje este canto do passado ao presente faz o luto, a ele trazendo a exacta medida do dinheiro, do que vale e não vale, e do que vale a Hora. Aurélio Porto