Despedi-me de ti há pouco tempo, mas continuo a ver-te, ignorando por que me agrada ainda a sensação de ter morrido mais um pouco. A vida vai arrastar-me ao longo de outras vidas entre o maelström dos bares onde irei afogar esta ansiedade exausta – não é grave, eu sei que não é grave e que entre nós há-de restar p'lo menos a sombra de um anjo que nos segrede uma palavra mágica e saiba prolongá-la em tudo o que algum dia - talvez daqui por meses, anos, séculos – ainda formos capazes desentir. Fernando Pinto do Amaral