Despe, na solidão da tarde, Tua roupagem manchada de quotidiano, E deixa que a chuva molhe teus cabelos E vista teu corpo de escamas de prata. Pousa, em teus ombros, o manto dos lagos E colhe no cântaro de tuas mãos A música dos dias que adormeceram No fundo de teu ser. Mármores líquidos moldarão teu corpo. Nuvem, Penetrarás a carne da manhã. Paulo Bomfim