Tanta farpa cravei por acidente no meu próprio flanco. As farpas oscilam a cada passo meu, lacerando sempre um pouco mais os rasgões que já trago na carne. Toma para ti - ò touro divino, verdadeiro destinatário delas! - algumas dessas farpas. Que todas sobre mim são muito peso, muita dor, muito sangue empastando sobre a pele, muita mosca cevando-se no sangue. A. M. Pires Cabral, vencedor do Prémio de Poesia Luís Miguel Nava 2009