à beira de um poema Podei a roseira no momento certo e viajei muitos dias, aprendendo de vez que se deve esperar biblicamente pela hora das coisas. Quando abri a janela, vi-a, como nunca a vira constelada, os botões, Alguns já com rosa- pálido espiando entre as sépalas, jóias vivas em pencas. Minha dor nas costas, meu desaponto com os limites do tempo, o grande esforço para que me entendam pulverizam-se diante do recorrente milagre. maravilhosas faziam-se as cíclicas perecíveis rosas. Ninguém me demoverá do que de repente soube à margem dos edifícios da razão: a misericórdia está intacta, vagalhões de cobiça, punhos fechados, altissonantes iras, nada impede ouro de corolas e acreditai: perfumes. Só porque é setembro Adélia Prado