Este é o orvalho dos teus olhos. Esta é a rosa dos teus vales. O silêncio dos olhos está no silêncio das rosas. Tu estás no meio, entre a dor e o espanto da treva. Arrancas-te ao mundo e és a perfumada distância do mundo. Chego sem saber, à beira dos séculos. Despenho-me nos teus lagos quando para ti canta o cisne mais triste. O pólen esvoaça no meu peito, junto às tuas nuvens. Esta é a canção do teu amor. Esta é a voz onde vive a tua canção. As tuas lágrimas passam pela minha terra a caminho do mar. José Agostinho Baptista