(gentileza de Amélia Pais) Baralho a contragosto Como cartas os rostos, E todos me são caros. Às vezes algum tomba, Inútil procurá-lo. Desaparece a carta. Nada sei a respeito. Entretanto era um rosto Que eu amava, e tão belo. Baralho as outras cartas. O inquieto do meu quarto, Ou seja, o coração, A arder continua, Não já por essa carta, Por outra em seu lugar. É um novo semblante. E o baralho, completo, Mas sempre desfalcado. Eis tudo quanto sei, E ninguém sabe mais. Jules Supervielle, trad. Carlos Drummond de Andrade