Uma rajada de vento quebrou a haste do gladíolo vermelho. Tombado junto à cerca de arame é como um braço vencido por um súbito cansaço. Em volta a paisagem observa o seu próprio esplendor verde depois da chuva. A flor vermelha esmorece sob a intensidade do sol e o caule extingue-se de volta à terra. Sabemos vagamente como tudo isto acontece, ébrios de identidade e permanência: em poucos dias completar-se-á a dissolução. Mas lenta é a morte por dentro deste fim que acabaremos por esquecer. Joaquín O. Giannuzzi, trad. Rui Amaral