Clara Onda
Este amor em meadas e triciclos
que nunca se divide, confluindo
e torna noite, este sapato findo
e o firmamento, silencioso ciclo.
Este amor em meadas, infinito.
Em meadas de orvalho, desavindo,
em meadas e quedas, rugas, trincos
e rusgas, trinos, pios e sóis contritos.
Este amor me retece e configura.
Tem pressa de crescer, fogo calado.
Apenas queima, quando não se apura.
Parece interminável, quando tomba.
E só se apura, quando despertado.
Dissolvido me solve em clara onda.
Carlos Nejar
Publicado em 6 de Outubro de 2010