És ao mesmo tempo o céu e o ninho. Meu belo amigo, aqui no ninho, o teu amor prende a alma com mil cores, cores e músicas. Chega a manhã, trazendo na mão a cesta de oiro, com a grinalda da formosura, para coroar a terra em silêncio! Chega a noite pelas veredas não andadas dos prados solitários, já abandonados pelos rebanhos! Traz, na sua bilha de oiro, a fresca bebida da paz, recolhida no mar ocidental do descanso. Mas onde o céu infinito se abre, para que a alma possa voar, reina a branca claridade imaculada. Ali não há dia nem noite, nem forma, nem cor, nem sequer nunca, nunca, uma palavra! Rabindranath Tagore, trad. Manuel Simões