(gentileza de Amélia Pais) Esta língua que eu amo Com seu bárbaro lanho Seu mel Seu helénico sal E azeitona Esta limpidez Que se nimba De surda Quanta vez Esta maravilha Assassinadíssima Por quase todos os que a falam Este requebro Esta ânfora Cantante Esta máscula espada Graciosíssima Capaz de brandir os caminhos todos De todos os ares De todas as danças Esta voz Esta língua Soberba Capaz de todas as cores Todos os riscos De expressão (E ganha sempre a partida) Esta língua portuguesa Capaz de tudo Como uma mulher realmente Apaixonada Esta língua É minha Índia constante Minha núpcia ininterrupta Meu amor para sempre Minha libertinagem Minha eterna Virgindade. Carlos Alberto Portugal Correia de Lacerda