A meu favor tenho o teu olhar testemunhando por mim perante juízes terríveis: a morte, os amigos, os inimigos. E aqueles que me assaltam à noite na solidão do quarto refugiam-se em obscuros sítios dentro de mim quando de manhã o teu olhar ilumina o quarto. Protege-me com ele, com o teu olhar, dos demónios da noite e das aflições do dia, fala em voz alta, não deixes que eu adormeça, afasta de mim o pecado da infelicidade. Manuel António Pina