Não voltes a perguntar se é isto o destino porque não sei o que essa palavra encobre, ou finta, ou derruba, sei pouco do mundo para dizer isto ou aquilo. Esta rua conduz a uma outra que é cruzada por outra ainda. E os ventos ali se cruzam, as vidas também, há sempre engarrafamentos. Mais abaixo fica o rio, apanhavas muitas vezes o barco já de madrugada, na manhã seguinte o percurso inverso. Por mais que não desejes o infinito prende-se a estes restos, vegetação rasteira, inquietações, e na margem do coração perguntas de novo por que, em tudo isso, ninguém te repete o corpo. Fernando Luís Sampaio