...vêm sôfregos os peixes da madrugada beber o marítimo veneno das grandes travessias trazem nas escamas a primavera sombria do mar largam minúsculos cristais de areia junto à boca e partem quando desperto no tecido húmido dos sonhos ... vem deitar-te comigo no feno dos romances para que a manhã não solte o ciúme e de novo nos obrigue a fugir... ... vem estender-te onde os dedos são aves sobre o peito esquece os maus momentos a falta de notícias a preguiça ergue-te e regressa para olharmos a geada dos astros deslizar nas vidraças e os pássaros debicam o outono no sumo das amoras... ... iremos pelos campos à procura do silente lume das cassiopeias... Al Berto