A madeira flutua na água. As árvores
Curvam-se, lá é verde, a sombra.
Uma criança caminha no prado,
Há uma serração, vista da janela.
Conheci outrora um poeta que concluiu:
O amor não se foi, apenas as palavras do amor,
Disse ele. Foram-se as palavras
Com as quais teria pintado aquele barco.
O vermelho de chumbo nunca se impõe
Nos lívidos poentes do Cabo.
Disse-lhe que sim, que tinha toda a razão.
Ele sorriu e disse: um dia destes
Deixarei este lugar como as palavras me deixaram a mim.

Malcom Lowry, trad. José Agostinho Baptista