Em cobertos caminhos passos distraem
o sentido em que vive o prisioneiro na rua
de paralelepípedos colocados lado a lado
o acento o acerto com que se compromete
entre margens o leito esteira espumas
no passado com a nitidez do agora fosse
antes e teria a ilusão do ato gestos
perdidos em acenos de quem reparte
onde o destino se entranha: a máquina
no barulho pela janela aberta paisagem
não são pedras postas ou atirados jogos
em que se enredam as mãos permitem
o encontro fortuito no tombo a pedra
esfola e sangra o pé na pressa
e a presa escapa novamente
a rua passada lembra o começo
e o pavão abre as penas
apenas árvores escutam o segredo
folhas em tapetes onde o passo rápido
do calçado marca o espanto.

Pedro Du Bois