Mudanças A transição é tão brusca que provoca estremecimento. Estar fora dias a fio, seja a descobrir outras formas de estar, outras referências, seja a trabalhar em níveis bem diferentes de acutilância, informação e dinâmica (e não só intelectual, reflexiva, mas também aferida em termos práticos, de procura de guias para a acção política), deixa uma certa dificuldade para reentrar no "modelo interno"; não apetece a frisson menor pelas mais elementares regras de consideração dentro do que devia ser o plano da dignidade institucional, falta a paciência para a necessidade de estar sempre à defesa face ao arbítrio de entidades que dominam sem ser por mérito. Mas as coisas são o que são, e a distância entre Lisboae outras capitais europeias, como Bruxelas ou mesmo Madrid, é ainda bem marcada, apesar de tudo o que melhorou desde 1986. E, vendo bem, essa constatação deve constituir um estímulo para tentarmos avançar, melhorar atitudes e incentivar as gerações maisjovens nesse sentido. É imprescindível que cada um faça a sua parte. Ana Roque --------