Leveza sustentada À beira do mundo, de Frederico Lourenço (ed. Cotovia, 2003), é um curto romance muito bem construído, cheio de ritmo narrativo, com um excelente uso da língua, não a empobrecendo por empregar um registo actualista. Há neste autor um óbvio à vontade, determinado pela sua formação, bem visível em outros trabalhos produzidos (tradução de duas tragédias de Eurípedes, Hipólito e Íon, bem como da Odisseia de Homero). O rigor na escrita não é incompatível com a leveza aparente da trama. A qualidade pode ser acessível. Está à vista. --------