Meio (navegação plena com fim à vista) Para lá do meio do ano; no fim do dia, mas no princípio da noite; a mais do meio da vida, já sem a rapariga, mas com a mulher desperta, disposta, a viver os dias como um claro e aliciante saldo positivo - o principal em tudo está feito, está perfeito, diria mesmo; o tempo, agora, é todo ouro em pó, puro lucro, pura jóia (gioia, muitas vezes, sim), sabendo embora que não será sempre assim, não vai poder ser sempre assim, a não ser que os deuses favoreçam os passos e quebrem o fio num oportuno repente indolor, antes dos outros, de qualquer um dos outros que contam. Carpe diem, pois: viver a plenitude do amor existente (mesmo quando ausente), dos sonhos já cumpridos, da eternidade possível e calorosa ante os olhos, a montante e a juzante no rio (afinal) a perder de vista. --------