Solstício O sol brilhante desta manhã garante que a noite mais longa tem sempre um fim. Nas noites de frio, acendemos uma vela, imitando, sem saber, a festa judaica de Chanuká, que celebra a retomada da Cidade de Jerusalém pelos irmãos macabeus das mãos dos gregos. Ou revivemos a remota festa pagã do Sol Invencível dos romanos (Dies solis invicti). No hemisfério norte, esta noite longa é celebrada, não exactamente sobre o momento do solstício de inverno, mas de 24 para 25 de Dezembro, por "apropriação" cristã desta festa, transformada na festa da luz que é o nascimento de Jesus: "Uma luz do céu desceu sobre a terra" (Lux magna super terram). Na chama da vela estão presentes todas as forças da natureza. A vela acesa é símbolo de individuação e dos nossos anos vividos, patente na celebração do aniversário. Tantas velas, tantos anos. E um sopro pode apagá-las para que de novo possamos reacendê-las no ano vindouro. O sopro do aniversariante é mais forte do que os anos que ele já viveu. A constância da chama acesa, frágil mas persistente, podendo queimar a carne mas capaz de iluminar o espírito, é um poderoso símbolo do amor, consumido porque fruído, e sempre renovado. Velas são como vidas entregues para viver. --------