Metamorfoses (nota de uma leitura começada longe) Acabei hoje a leitura de As metamorfoses. Há muito que me interessava, mas acabei por sóno fim do verão passado comprar um exemplar (em segunda mão, por sinal) desencantado na mézanine de uma pequena livraria de Bruxelas, num fim de tarde dourado por dentro, embora só aos meus olhos. Começada nessa mesma noite, distraidamente, a viagem por tantas lendas e mitos espantosos levou-me quatro meses, entrecortados de suspensões mais ou menos longas, em tempos de favorecimento súbito dado a outras palavras. Está tudo diferente, agora que terminei. "(...) De plus, rien ne conserve toujours la même apparence, et la nature, dans une perpétuelle rénovation, retrouve dans les formes la matière d'autres formes. Et rien ne meurt, croyez-moi, dans un si vaste univers, mais tout prend des formes variées et nouvelles". Ovide, Les métamorphoses, ed. Flammarion, XV/242-281. --------