Sobre a paixão (mais considerandos) Ainda na sequência dos posts sobre o amor e a paixão, e entre correio recebido hoje, deixo o texto de um amigo muito querido, J. M., que me parece interessante, muito embora discorde em absoluto: "(...)Há também as hormonas que, nuns casos e não em outros, condicionam todo o andamento e que, de tão pouco românticas, parece-me, raramente são chamadas para a questão. Sobre o sincronismo e/ ou a simultaneidade, há demonstrações físico-matemáticas que respondem à questão. E pelo texto de E. M., afinal é a paixão ou o Amor que traz a tragédia? coisa curiosa! O Amor ,como o referes, é um freio, uma contenção desinteressante, uma construção judaico-cristã como te disse, com toda a carga pejorativa que isso significa, e também um alicerce para a estabilidade dos Estados, em desconformidade com a Paixão, essa flâmula do Caos, reacção subversiva da nossa animalidade, ponto tangível do Homem com o Cosmo ou com o Deus, e assim forma divina para ser vivida, prova de sermos seus Filhos e parte Dele; quase sempre o estado é o de recordação, e isso explica que nos contentemos, por razões de ordem prática, a ajudar a limpar a loiça com o sorriso da complacência afivelada nos rostos depressivos, e o desconforto que o avental nos deixa, mesmo que andemos a brincar com pedras e esoterismos e sejamos gente importante. 'O que seria o mundo, pensei, se o olhássemos sem preconceitos? Será que alguma coisa incrível surgiria sob os nossos olhos? Talvez um pequeno pedaço de realidade não censurada?' Chaitin, Gregory J. (matemático contemporâneo) Refazendo o que te disse, a Paixão é possivelmente a janela indiscreta da Vida. --------