Agora (ou da pura inevitabilidade do movimento) "Deixemo-nos agora, meu amor: mas não seja amargo desastre. Houve no passado, muito luar a mais e auto-compaixão: acabemos com isso: já como nunca é dado agora ao sol audaz atravessar o céu e nunca aos corações deram mais ganas de serem livres contra mundos, florestas; eu e tu não os detemos, nós somos as praganas a ver o grão partir e é para outro uso. E tem-se pena. Sempre se tem alguma. Mas não demos às vidas laço escuso, como barcos ao vento, de luz molhada a crista, desferram do estuário e cada um lá ruma: separam-se acenando e perdem-se de vista." Philip Larkin, in 366 poemas que falam de amor, org.Vasco Graça Moura, Quetzal, 2003. --------