Voz (na noite) Anita Lane é uma mulher que canta, a voz gravada num CD chamado Sex o' Clock. Dizem-me que é na fronteira do jazz vocal; pode ser que sim, mas em boa verdade pouco importa o género - importa, sim, aquela voz sem fragilidade, a lírica (de que é autora na maioria das canções), a música de Mick Harvey. Este disco, gravado em Londres, não é de lançamento recente (foi editado em 2001) mas ainda oferece uma descoberta curiosa. Mesmo perante temas clássicos, já muito cantados, como "A light possession", Lane consegue recriar e emprestar densidade interpretativa pessoal e dotada de uma expressão que (ao menos a alguém meramente amador, como é o meu caso), impressiona. The next man that I see (...) You're not here, that's my atmosphere I am the scream tethered to routine And I long to leave my body and stalk your dreams And go onto my master work The thinking of you The creation of you And who you will be And how you will complete me But I am as I am, as I am, as I am (...) --------