Don't (ou o monólogo da
Don't
(ou o monólogo da vingança, fonte da mais extrema violência: a da vítima contra o algoz)
Don't talk to me.
Don't be polite to me.
Don't try to make me feel nice.
Don't relax. I'll cut the smile off your face.
You think I don't know what's going on.
You think I'm afraid to react.
The joke's on you.
I'm biding my time, looking for the spot.
You think no one can reach you,
No one can have what you have.
I've been planning while you're playing.
I've been saving while you're spending.
The game is almost over so it's
Time you acknowledge me.
Do you want to fall not
Ever knowing what took you?
Jenny Holzer, in Inflammatory Essays.
Nota explicativa, a pedido de um leitor atento: a violência gera sempre nova e mais terrível violência; por muito que doa e revolte o 11 de Setembro, ou o 11 de Março, não são as invasões, as novas guerras, os avanços dos falcões que vão pacificar o mundo e criar oportunidades de paz e de desenvolvimento. Pelo contrário; como hoje li, a respeito de um provérbio citado por um iraquiano: "Eu e o meu irmão contra o meu primo. Eu, o meu irmão e o meu primo contra um estranho". O desespero face aos estrangeiros que invadem é sempre maior do que o ódio ou a dissensão internos. Os povos, a montante e a jusante das instituições, sabem que a paz é a sua maior vantagem, e demonstraram-no. As expressões do poder (quase) nunca os escutam.
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Publicado em 10 de Abril de 2004