Outro poema Cortesia de Maria Helena Roque Há na intimidade um limiar sagrado, encantamento e paixão não o podem transpor - mesmo que no silêncio assustador se fundam os lábios e o coração se rasgue de amor. Onde a amizade nada pode nem os anos da felicidade mais sublime e ardente, onde a alma é livre, e se torna estranha à vagarosa volúpia e seu langor lento. Quem corre para o limiar é louco, e quem o alcançar é ferido de aflição... Agora compreendes porque já não bate sob a tua mão em concha o meu coração. Anna Akhmátova, Só o sangue cheira a sangue, Lisboa, Assírio e Alvim, 2000. --------