Permanências Uma das mais constantes leitoras do Modus é autora de poemas, com livros publicados na sua Pátria, onde se fala um português temperado pelo hemisfério sul. Aqui fica um presente que me ofereceu, para partilhar. Impertinência sei de tantos descaminhos desolhares, desistências; sei como é estar sozinho sem nenhuma indulgência, sem nunca pedir clemência. sei de mim: um ser marinho, perdido a meio caminho do deserto, na iminência de esquecer o mar, vizinho de abismo e insolvência. mas não será desse espinho que hei de morrer. paciência. a tal vil redemoinho, ofereço a impertinência de quem conhece a ciência do sobreviver: sem vinho, herói, quixote ou moinho, sigo adiante. e de ausência, cinjo-me, enquanto escrevinho meus versos de inexistência. Márcia Maia --------