Ainda outro comentário (acerca do terrorismo) Alguém que me habituei a ter por referência ao longo de anos bastantes disse-me que o tipo de preocupações que expresso em matéria de luta contra o terrorismo versus salvaguarda de direitos fundamentais, nomeadamente na esfera da protecção da privacidade e do sigilo das comunicações (onde me parece essencial o controlo sobre a investigação, a qual nunca deve ser feita contra direitos, liberdades e garantias sem rigorosa tutela judicial)é apenas expressão do pensamento politicamente correcto. Ouvi isto com algum assombro, porque nunca é esse o critério que aplico ao que penso e digo (e, sobretudo, faço) sobre as questões que me importam; e será que não há quem se afirme sendo "do contra", numa espécie de adolescência perene, opondo-se mesmo ao que faz sentido, renegando o que a razão, a sensibilidade e o bom senso aconselham, só para ser diferente? Não será tantas vezes a necessidade de afirmação, mascarada por um "pensamento autónomo" obrigatório, a esconder o medo de reconhecer erros de julgamento? Não é fácil saber, nem de fora, nem sequer a partir de dentro. A vida não é a preto e branco. --------