Da banalidade (Mistérios do sexo oposto) É curioso como se pode juntar um elenco de excelentes actores (Warren Beatty, Diane Keaton, Andie MacDowell, Nastassja Kinski, Goldie Hawn) e fazer um filme banal, uma comédia sem novidade nenhuma, assente na mais que esgotada questão da (assim apresentada) propensão irremediável (genética? sócio-cultural? ambas?) dos homens para a infidelidade conjugal (abrindo um espaço paralelo e politicamente correcto para o marido gay que assume a nova condição), mesmo quando têm uma relação conjugal perfeita, bastando a visão de uma fêmea apelativa para fazer mossa no viril e precário equilíbrio existencial; em complemento com esta magna problemática, o reverso (pedagógico?) da medalha: a indisponibilidade total da mulher adulta, madura e liberta para tolerar essa "quebra de confiança", e a sua inerente decisão inabalável de se divorciar (à grande e à americana) do marido decepcionante. Convenhamos que é difícil encontrar argumento mais estafado, e Peter Chelsom não consegue mais do que 100 minutos de déjà vu bem decorado. Há melhores formas de ocupar o tempo, hélas... --------