Histórias difusas O novo filme de Eric Rohmer, Agente triplo, é uma história fascinante, passada num período particularmente denso e crítico da história contemporânea: os anos que antecederam o deflagrar da II Guerra Mundial, com os enredos de espionagem entre russos "brancos", nazis e comunistas franceses, em Paris, uma cidade à beira da vertigem, com a guerra civil espanhola já a mostrar tudo o viria a seguir. Se não tivesse lido a biografia de Cunhal, de José Pacheco Pereira, em particular, no I Volume, o capítulo consagrado ao Pacto germano-soviético, certamente não teria o fresco que permite a integração e a descodificação deste belo filme. Acresce que os diálogos ente Fiodor (Serge Renko) e a sua mulher, uma pintora grega, doce, inteligente e delicada (Katerina Didaskalou), são, por si só, razão bastante para o ver com atenção e prazer. --------