Da esperança vã Aquela fé tão clara e verdadeira, A vontade tão limpa e tão sem mágoa, Tantas vezes provada em viva frágua De fogo, i apurada, e sempre inteira; Aquela confiança, de maneira Que encheu de fogo o peito, os olhos de água, Por que eu ledo passei por tanta mágoa, Culpa primeira minha e derradeira, De que me aproveitou? Não de al por certo Que dum só nome tão leve e tão vão, Custoso ao rosto, tão custoso à vida. Dei de mim que falar ao longe e ao perto; E já assi se consola a alma perdida, Se não achar piedade, ache perdão. Francisco Sá de Miranda (que também era jurista, benza-o Deus) --------