Da terrena perfeição Manhã de chuva sem ter que sair. O céu aberto em cinzento e anil, até ao cabo, bem a sul. As nuvens de chumbo acasteladas sobre Lisboa, o rio adivinhado em verde musgo. Muitas chávenas bem fumegantes do delicado Ceylan broken orange, ainda uma recordação a correr de um passado tornado vapor em ano de simples exaustão. O consolo de Bach, O cravo bem temperado, saído das mãos mágicas de Ton Koopman, a encher o ar sem deixar espaço para nada que não seja a harmonia. E o sempre amado verbo, nas palavras tão antigas de John Downland: Now o now I needs must part, Parting though I absent mourn. Absence can no joy impart, Joy once fled cannot return. Dear when I am from thee gone, Gone are all my joys at once, I love thee and thee alone, In whose love I joyed once. And although your sight I leave, Sight wherin my joys do lie, Till that death do sense bereave, Never shall affection die.
--------