Um terceiro aspecto sobre as diferenças de atitude, por parte dos partidos europeus de centro direita, face à política externa norte americana verificou-se em matéria do que se designa como "preemptive action", ou seja, a faculdade, invocada pelos EUA, de acção preventiva contra um Estado que entendam ameaçador para a sua segurança. Se no caso do Afeganistão essa atitude não levantou quaisquer dúvidas à comunidade internaional, o mesmo já não sucedeu com o Iraque, nem sequer no início da invasão, como foi ilustrado pelas dúvidas quanto à existência das ADM, no contexto da ONU, e pelas fracções no seio da UE; mas agora, depois do descontrolo evidente da situação no médio oriente, sem sinais de melhoria no Iraque ou na questão israelo-palestiniana, não há quem, na Europa, apoie abertamente a legitimidade das intervenções preventivas (que, aliás, se se tornarem regra, podem ser invocadas por outros Estados, como a Rússia, sem que então seja possível prever como e quando se desenrolarão esses movimentos desenquadrados do direito internacional).
Sobre estas e outras questões congéneres, veja-se, na edição de 9 de Setembro do DN, o artigo de fundo acerca da sondagem relativa às relações transatlânticas, realizada pelo German Marshall Fund of the United States, e a entrevista de Adriano Moreira sobre terrorismo global, na edição de 11 de Setembro do mesmo jornal.
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