Tudo bons rapazes...
Sócrates ganhou, com uma margem inequívoca, as eleições internas para o cargo de Secretário Geral do Partido Socialista. Ganhou por ser o mais mediático dos três candidatos? Provavelmente, esse factor não foi determinante, no contexto em que a escolha teve lugar. Essa será, porventura, uma vantagem a ter em conta quando se tratar de disputar as próximas legislativas - Manuel Alegre representaria, para muitos eleitores, um passado dead and gone, e João Soares não é, nunca foi, um comunicador eficaz - falta-lhe em carisma e telegenia o que lhe sobra numa espécie de distanciamento arrogante. Quando soar a hora da demagogia servida nas televisões, Sócrates poderá voltar a defrontar Santana Lopes, num pas de deux que deixará os portugueses entre o sal e a salmoura; até lá, já sabemos que as suas tarefas passam por restituir ao PS o papel de principal partido da oposição, roubando ao Bloco de Esquerda esse papel, se for capaz, liderar com mão firme o "aparelho" e apostar em Guterres para as presidenciais, demonstrando que, em política, o crime (leia-se, a irresponsabilidade e a falta de coragem) compensa...
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