Por costume, mais do que por prática religiosa habitual, um grande número de pessoas continua a visitar os cemitérios onde está quem, na sua memória, continua bem vivo. Poucas o fazem no dia dos fiéis defuntos, que é amanhã, mas sim no feriado dedicado a todos os santos, porque esse dia lhes é mais fácil de dispor, ou mesmo durante o fim de semana anterior. Com ou sem expressão visível, todos temos mortos que amamos, que nos habitam a memória da alma, que encontramos no espaço infinito e imprevisível do sonho para alimentar o afecto, resolver questões, suportar saudades. Este dia é simbólico, e tem valor por isso mesmo. Mas todos os dias que vivemos são sempre dias dos nossos mortos, bem guardados no fundo de quem somos.
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Tradição (em memória dos meus
Tradição
(em memória dos meus Avós)
Publicado em 1 de Novembro de 2004