Durante muitos anos, usou de uma tolerância quase desmedida para com todas as pessoas a quem estimava, e eram muitas. Tolerava a vaidade tonta e a futilidade, a brutalidade disfarçada de franqueza, a deselegância convencida, até a pouca cultura manipulada com habilidade; só nunca aprendeu a tolerar a mentira, e sobretudo a intriga gratuita destinada a massacrar quem estava perto sem desconfiança. Aos poucos, a tolerância começou a circunscrever-se a quem valia a pena, a encolher na justa medida da inutilidade emtratar com estima quem usa o vitríolo da maldade sobre os outros com displicência, egoísmo espúrio e imaturidade. O tempo passou a render-lhe muito mais.
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Da tolerância e seus limites
Da tolerância e seus limites
(ou pequeno manifesto contra o uso do vitríolo)
Publicado em 8 de Dezembro de 2004