Sempre
A mais perigosa das palavras, sempre. A que garante e pode trair, a que ilumina e pode cegar em vão. Mais letal do que nunca, essa promessa negativa que se sabe à partida ser interdita em absoluto pela natureza mutante das coisas. Sempre é uma palavra infinita numa vida ameaçada, um golpe da asa que ignora as circunstâncias com olímpica e benévola indiferença. Sempre é a única palavra que nunca devia ser proferida. A bem da realidade contingente e da verdade possível.
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