Não escrevo sobre o amor, sobre este amor, disse, fixando nela a ternura imensa do mar que usava como espelho da alma. Tu registas, depuras, escolhes as palavras com a precisão do cronista que assiste, imerso, à glória da vida, e isso basta. Sim. Já fica uma pálida ideia do que somos, do que nos tornámos nesta alquimia. Tenho as palavras que me escreves dentro, que resguardas do vento para pousarem apenas em mim, e isso basta. E a tarde diluiu-se em noite enquanto se perdiam e reencontravam na fusão que os habitava.