Devia estar a escrever outra coisa, a trocar factos em minudências jurídicas complexas; tinha-lho prometido minutos antes, ao fechar-se atrás da porta por tempo indeterminado. Mas os dedos voaram para outro mundo, encontraram outra janela aberta por onde se escapam as palavras feitas de sol, feitas do calor que ainda a envolve, que a enleva no rasto daqueles braços que a tomaram, no sabor do beijo que, suspenso, a alimenta. A vida pulsa mais forte do que a razão, disse.