O amor trocou-lhe as voltas, deu-lhe novos caminhos que não tinha querido percorrer; desmediu-lhe o tempo, alterou-lhe a temperatura, aumentou-lhe as pulsações, mudou-lhe o ritmo solar dos dias. O amor invadiu-a e tomou-lhe o espaço em volta, disse-lhe em verdade a palavra que esperava há eternidades, levou o seu modo de vida para um azul outro. Ofereceu-lhe a respiração entrecortada do desejo, o mar verde na madrugada de (quase) todos os dias, misturados nos feixes de luz nascente a sul, garantia maior de uma amplitude às vezes inquietante. Não a poderia salvar da morte certa, mas deu-lhe a certeza em vida.