Como é que acontece este depósito de si própria num corpo outro, este tempo diferente sob outra luz, o olhar que tempos antes cruzava o mundo tão longe, na rua ao lado, num espaço a sul, ser o único onde se espelha o desejo? Como é que acontece ter toda a sede de infinito e saciá-la naqueles lábios, ter as palavras a nascer na garganta e ouvi-las num estranho e antiquíssimo eco? Como é que nasce o amor?