O amor é um perpétuo work in process. Cada momento pode trazer uma nova dimensão do outro, uma qualquer faceta inesperada a integrar, a conhecer, a consolidar. Sabe-se que se ama quando o impulso cego e imediato é dominado pela vontade, permitindo o tempo de respiração e de diálogo necessário e suficiente para cultivar a proximidade. A intimidade amorosa é bem mais do que sexo, do que conversas pela manhã com o sol no olhar, do que belos jantares onde o prazer dos sentidos é sobretudo um prazer (com) sentido. O pequeno Rubicão que se atravessa nos dias e noites onde surge o novo com que não se contava, ou que simplesmente ainda não se tinha apresentado na malha dos momentos partilhados, é a estrada de Damasco do amor.