Nem sempre é fácil amar em pleno voo, planando sobre o mar da vida, conhecendo tempestades e naufráugios, maremotos e trovoadas impiedosas; mas é sabido que, do alto de um amor esplêndido, se avista o verde brilhante, adivinham-se braços como ilhas que acolhem e protegem, tocam-se praias de risos escorrendo como areia fina. Aí, ouvem-se as palavras que matam a sede primeira, que salvam da morte da alma. Escutam-se ecos já distantes, chegados aqui, ainda: há já tempo, numa noite de Outono, a lua derramou sem medo a força do recomeço, vestida de negro sobre a despedida de um luto feroz condenado ao fim. Pura magia, depois do olhar, envolto em palavras, brilhou um amor feliz.