As mãos dadas
Um dia me falaste,
e as árvores morriam galho a galho seco.
Havia flores, recordo.
Havia ruas, aí também recordo.
E escadas
vazias.
Não me falaste, não. Fui eu quem perguntou,
beijando-te tremente, quantos anos tinhas,
e o teu nome.
Não tinhas nome; ou tinhas, mas não teu.
E a tua idade, as tuas mãos nas minhas.
Jorge de Sena.
Publicado em 31 de Março de 2005