Eram amantes das palavras, artesãos de frases que faziam e desmanchavam a gosto. Ávidos, usaram todas as que tinham há muito guardadas para o dia inesperado em que o amor os convocasse. Inundaram o ar com o som que os submergia e nada chegava perto. Finalmente, de olhos deslumbrados, perceberam que só o silêncio bastava para conter a desmesura do que os unia.