- O amor é uma mistura explosiva de desejo e partilha, uma mistura que se leva do estado inicial de paixão para o quotidiano da normalidade, sem perder nada, acrescentando muito. Que se aprende e se demonstra em acto, mesmo que as palavras por vezes falhem, errem, exagerem ou diminuam, disse. Não é fácil reconhecê-lo quando, durante anos a fio, se chamou amor ao desvario, ao descontrolo, até à dor. - Só acrescentaria cumplicidade a essa definição. Mas a verdade é que o desejo amoroso é sempre cúmplice, e a partilha se desenrola a partir desse modo de proximidade. Quanto ao reconhecimento, só o tempo filtra a verdade, sabes. A epifania é rara e mais vale acreditar na verdade passada pela refinadora dos dias. Do caminho percorrido.