Do assombro (muito depois)
A noite tinha voltado sem se anunciar. Os arcos do tempo tornados novos na singularidade, outros, únicos de intensidade imprevista à branca luz lunar. A cumplicidade a nortear caminhos desenhados pela vez primeira, a bússola solta no riso, a música das frases partilhadas até ao limite. A procura levada à exaustão, surpresa feliz. O encontro total dos corpos enlevados, o olhar cada vez mais fundo, o assombro. Esplenderoso, o mar, disseram ao amanhecer.
Publicado em 10 de Março de 2005