Do perigo
O meu amor é furtivo
como o amor de um pobre.
Qualquer um pode roubá-lo.
E eu terei de deixá-lo.
Por isso, rio silente,
por isso, minha suave colina,
não lhe posso chamar
amor simplesmente.
Mas tu, colina de ouro,
e tu, rio indolente,
sabeis que o meu amor
é mesmo um grande amor.
O perigo odiado
não existe para já?
Mas vós sabeis, amigos,
que no meu coração está.
A chorar me vereis,
ó vós, sempre felizes,
não como agora choro,
não de felicidade.
Sandro Penna
Publicado em 11 de Março de 2005