Menos de mil dias vividos e os tesouros acumulados dão para encher muitas cavernas das mil e uma noites, disse-lhe, o olhar fixo nas esmeraldas de intenso brilho, chama inequívoca e redentora. Dias de sol, sobretudo, mas também algum cinzento teve que existir, chuva aqui e ali, doce embora. A marca do tempo interior infinitamente mais forte, mais marcante, do que o calendário gregoriano sugere. O modus vivendi alterado, mudado de espaço, enriquecido, dotado de calor, cores diversas, palavras outras, discurso tornado alimento. A esperança transmutada em vida, o medo aniquilado. Poder finalmente entender Isabella d' Este: a esperança já não é necessária quando se realiza o amor, e o medo dissolve-se ante o olhar que nos distingue. Sem esperança nem medo, sim. Porque o resgate foi pago à vista e o vento sopra de feição.